Por Adriana Fonseca | Valor
SÃO PAULO - O estilo de liderar de homens e mulheres tem muitas semelhanças, mas também diferenças bem claras. Estudo realizado pelo Korn/Ferry Institute com mais de 4 mil presidentes de empresas nos Estados Unidos de ambos os sexos mostra que, enquanto eles são mais diretos e focados em comunicar a informação essencial, elas têm tendência a ser mais indiretas e focadas na manutenção dos relacionamentos enquanto comunicam. Os dois, no entanto, sabem transmitir o conhecimento e as orientações de forma lógica e precisa.
Outra semelhança entre os gêneros está na tomada de decisões. Homens e mulheres apresentam altos níveis de pensamento criativo e são capazes de detalhar estratégias complexas, o que significa que ambos conseguem apresentar soluções inovadoras, ponderar as consequências, identificar a melhor escolha e traçar planos adequados para concretizá-la. As executivas, no entanto, apresentam uma particularidade: costumam reunir uma quantidade maior de dados e gastar mais tempo considerando soluções alternativas. Essa característica, segundo os autores do estudo, pode ser positiva no caso de decisões de longo prazo.
As mulheres, aliás, apresentaram pontuações mais altas em três dos quatro itens considerados essenciais para um líder ser bem-sucedido, segundo o estudo. Elas são melhores ao compreender dados complexos de fontes diversas, têm mais capacidade de perceber sinais sutis na interação social, inspirando os outros, e trabalham de forma mais confortável quando há uma situação de incerteza, em que não há todas as informações necessárias disponíveis. Os homens, de acordo com a pesquisa, só levam vantagem no aspecto “confiança”, já que são mais propensos a correr riscos e conseguem manter sua posição mesmo em situações de resistência.
Apesar de pontuar mais na maioria dos itens, as mulheres ocupam menos de 15% dos cargos executivos nas corporações. A conclusão dos pesquisadores é que talvez os empregadores não estejam percebendo um conjunto vitorioso de habilidades que as mulheres possuem e que poderiam ser um enorme benefício para suas empresas. Além disso, a remuneração delas continua menor, em todos os níveis executivos. Entre os diretores de empresas, as mulheres recebem, entre salário e bônus, cerca de US$ 247 mil (R$ 444 mil) por ano. Os homens no mesmo cargo, retiram US$ 300 mil (R$ 540 mil), uma diferença de 21%. Os vice-presidentes do sexo masculino também ganham mais: US$ 321 mil (R$ 578 mil) contra US$ 363 mil (R$ 653 mil) - lacuna de 13% . Na presidência, a situação não muda. Elas conseguem ganhos de US$ 393 mil (R$ 707 mil) e eles, US$ 493 mil (R$ 887 mil), uma diferença de 25%.
(Adriana Fonseca | Valor)
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